dj julinho emendexx

sábado, 31 de maio de 2014

É, A NOSSA VIDA, VIDA DURA TAMBEM

Enquanto a gente se acaba de dançar na pista eles estão lá, dando duro para garantir nossa diversão. E quem pensa que o trampo deles se resume a escolher boas músicas e apertar botões, está redondamente engado. Para um DJ de verdade, a coisa vai bem além disso: exige técnica, pesquisa, bom senso, estilo e paciência, muita paciência.

Ralação, mas sempre com um sorriso no rosto
Tanto os megastars – como o francês David Guetta e o holandês Tiesto – quanto aquele seu brother que rala muito para produzir as próprias festas, quase todos começaram em festinhas para amigos ou em bares underground. E desejam a mesma coisa: pista cheia e valorização do trabalho. Outro ponto em comum? Amam música, claro.

DJ de verdade cumpre todas as etapas desse trampo duríssimo com dedicação: pesquisa de novidades e raridades, escolha de equipamentos (que são caros), montagem do evento, discotecagem e desmontagem. Mas, se no fim dessa maratona nada foi danificado, a pista bombou e a galera aprovou, então toda ralação valeu à pena. E é disso que eles gostam.

Toca Raul?

Ok, você quer muito pedir uma música? DJ não é juke box mas, se você realmente não resiste, tente entrar no clima e no estilo do DJ. “Toquei em uma festa corporativa, de final de ano. No set, havia desde arranjos modernos de clássicos da MPB a alguns flashbacks. Foi quando uma garota me pediu para tocar Lady Gaga e, quando eu disse que não rolava, emendou: então toca Ivete. Nada contra, mas não tinha nada a ver com o clima”, conta UM AMIGO, DJ com 12 anos de estrada.

DJ FULANO, com mais de 20 anos de praia (quer dizer, de pista), faz coro. Para ele, nada é mais chato do que não darem a devida atenção às novidades que ele traz pros sets. “Chato é aquela pessoa que fica perturbando o DJ para que ele toque “aquela música irada”, que vive tocando no rádio”, desabafa FULANO, um mestre nas festas de rock n’roll e que já formou muitos discípulos e fãs, em São Paulo e no Rio.

Guilherme Bantel, o DJ Lotus, toca nujazz: uma mistura de elementos do jazz, funk dos anos de 1970, sonoridades latinas e bases da música eletrônica lounge. Também já passou por situações inusitadas e explica que os DJS não são todos iguais: “Existem dois tipos diferentes de DJ – aquele contratado para tocar as músicas que o pessoal pede (geralmente em festas de faculdade, formaturas, casamentos e lugares onde a música não é o elemento principal), e aquele contratado para tocar o seu estilo próprio. Algumas vezes acontece de as pessoas não notarem a diferença e irem sorridentes até o DJ para pedir uma música”, comenta.

O problema é que isso, segundo DJ , desconcentra o trabalho. “É preciso estar muito concentrado para tocar e é um saco ter que dar uma desculpa rápida, tentando ser o mais agradável possível, afinal, nunca dá pra destratar quem está ali ouvindo o seu trabalho. Ah, e também é um chato porque na maioria das vezes o DJ detesta a música que a pessoa pediu”, brinca.
DJ na pista


É claro que nem nossos talentosos DJs passam longe dessa. Os micos são para todos, de quem toca a quem dança. “Já tomei chuva, já tomei choque, já errei o gole e molhei toda camiseta, já aconteceu de tocar CD que estava riscado”, conta 
O DJ.

Ele conta que existe uma piada interna, que é o chamado “pesadelo dos DJs”. A pista está bombando, todo mundo está curtindo, a música vai chegando ao fim e, no sonho, o DJ não consegue de jeito nenhum encontrar a próxima música. A angústia vai aumentando até o desespero tomar conta. E, então, silêncio! A música acaba e o pobre DJ acorda todo suado e ofegante. “Pode apostar, já sonhei algumas vezes com isso e não é nada divertido”, completa.
Donos da festa, os Djs não levam vida fácil. Divulgação: Shutterstock

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